Muito além de uma simples ambulância
Ser resgatado por uma ambulância do Corpo de Bombeiros não significa apenas entrar na viatura e ser encaminhado para o pronto socorro de algum hospital. Há muito mais detalhes envolvidos. Da mesma forma, essa mesma ambulância não se resume a um veículo com um compartimento que possibilita o deslocamento de vítimas de acidentes, mal súbitos e outras ocorrências. Aparelhos sofisticados estão em seu interior, para que a vida do paciente seja resguardada ao máximo até a chegada deste numa unidade hospitalar.
Soldado De Souza, socorrista há muitos anos no quartel do Corpo de Bombeiros Militar de Brusque, explica que são vários os itens de primeiros socorros e de suporte básico á vida. Existe o white med, responsável pela oxigenoterapia, e utilizada nos resgates, onde a vítima se encontra com dificuldades respiratórias.
Outro aparelho é o desfibrilador, aqueles que causaram polêmica com a sua falta em alguns estádios de futebol, anos atrás, onde sua utilização poderia ter salvo a vida de jogadores que morreram, ainda em campo, em decorrência de paradas cardíacas. Digital e movido à bateria, além de monitorar a atividade cardíaca do paciente, o próprio aparelho avisa, sonoramente, a necessidade dos choques elétricos que ele mesmo executa, visando reanimar a vítima. O soldado Alan ressalta que, entre os choques, são realizadas trinta massagens cardíacas e duas oxigenações.
Além destes dois aparelhos, em especial o desfibrilador, outros dois são capazes de medir a atividade cardíaca e respiratória. De menor porte, estes são mais práticos e fáceis de serem manuseados.
Um dos equipamentos mais recentes é o kit do método Start. Ele é pouco usado, porém, numa situação de um acidente com várias vítimas, seu uso pode ser a diferença entre a vida e a morte. De Souza explica que no local do fato que requer a presença dos socorristas, lonas nas cores pretas, vermelhas, amarelas e verdes são espalhadas. Nelas, as vítimas mais graves são postas nas vermelhas, as com média gravidade, nas amarelas, as sem risco de perder a vida, nas verdes e, as que faleceram, nas pretas. Tudo para uma melhor logística.
Além de todos estes já citados, existem os utensílios mais comuns e habituais. Como as talas, as faixas, gazes, bóias, medidores de pressão, colares cervicais e imobilizadores em geral. Ocupando grande espaço na viatura, está a cadeira de rodas, equipada com aparelhos de resgate e a maca.
Um dos aparelhos que mais causa discussão, quando se refere no atendimento pré hospitalar, é o de tração de fêmur, ou TF, que tem como função principal impedir que o tecido ósseo danifique os tecidos vizinhos, como vasos, nervos e músculos adjacentes. Utilizado em casos extremos, a polêmica fica por conta da dor recorrente de sua utilização.
De Souza reforça que, apesar de existirem aparelhos mais sofisticados que os outros, ele garante que nenhum deles é menos importante. Todos, em algum momento, podem precisar ser utilizados.
A Rádio Cidade agradece a disponibilidade de todo o quartel do Corpo de Bombeiros Militar, especialmente os soldados De Souza, Andreza e Alan, pela atenção e boa vontade nas explicações e na retirada de todo o material, bem como do sargento Souza, que permitiu a reportagem do trabalho dos bombeiros nesta ocasião.